Março de 1914, o líder Venuto dos cavaleiros de França, aconselha os líderes das famílias a migrarem dos redutos para as outras regiões, visando expandir a irmandade. A idéia é aceita imediatamente. Maria Rosa, Chica Pelega, Chico Alonso ficariam no reduto de Caraguatá. O reduto de Caraguatá situava-se nas antigas terras do líder espiritual Euzébio, início da Serra do Espigão, distrito de São Sebastião. O reduto tinha cento e cinqüenta pequenos barracos e uma igreja.
Agora com a chegada dos sobreviventes de Taquaruçú, são obrigados a improvisar várias barracas, visando abrigar todos no local. Dias depois, a maioria acompanha os líderes na emigração de outros redutos na região do contestado.
Castelhano e Venuto partem mais para o centro da região contestada. Antônio Tavares e Paulino Pereira mais ao norte da região contestada. Manoel Alves de Assunção Rocha e Aleixo Gonçalves ao leste da região contestada. Euzébio, Cirino e Benedito Chato, Joaquim Germano ao oeste da região contestada.
Os redutos de fanáticos foram se formando como um ninho de formigas: Irani, Caraguatá, Santo Antônio, São Sebastião, Tamanduá, Pedras Brancas, Poço Preto, Reinchardt, Raiz da Serra, Coruja, Traição, Cemitério, Conrado Glober, Aleixo, Tapera, Perdizes, Butiá Verde, São Miguel, São Pedro, Ferreiros, Bom Sossego, Piedade, São José, Pinhalzinho, Pinheiros, Timbó, Timbó Zinho, Timbó Grande, Caçador, Caçadorzinho, Santa Maria e muitos outros redutos.
O fazendeiro e juiz de paz da vila de Perdiz Grande, após um encontro com a líder guerreira Maria Rosa e o seu pai, Elias de Sousa - Eliseu da Serra decide aderir à irmandade. Elias foi Capitão na Revolução Federalista, condecorado por bravura e oficial de confiança de Gumercindo Saraiva. Incendeia a sede de sua fazenda, reúne à família, parentes, amigos e afilhados, encaminhando para o reduto de Caraguatá.
Os líderes do Caraguatá foram unânimes na escolha de Elias de Moraes, para ocupar o comando geral no reduto. Apesar da derrota no Arraial de Taquaruçú, com a recente entrada de Elias, Aleixo e Chico Alonso a irmandade de São Sebastião, se acende uma luz de esperança nos olhos dos fanáticos.
O cerco da infeliz realidade tramava contra tudo e todos, mas antes de se entregar, morreriam lutando, lutando contra os soldados do maldito Hermes e dos corruptos coronéis provincianos, para terem uma vida digna, visando deixar a seus filhos, aos filhos de seus filhos, e a todas as gerações vindouras.
Era uma verdadeira febre de fanatismo religioso que contaminava os sertões catarinenses. Maria Rosa cria o reduto de Santa Maria, fala com a irmandade que ali era a terra prometida... Seria uma terra de fartura. E grita: - Viva Santa Maria! Viva seu José Maria! Viva São Sebastião! Viva a monarquia! E todos respondem: - Viva!
O foco de incêndio que os republicanos julgavam ser centralizado, agora se espalhava pelo sertão, o que tornaria quase impossível de conter sem ter inúmeras perdas irreparáveis. Os soldados legalistas sentiriam na pele a antiga filosofia Grega: Morrer pela pátria e viver sem razão. Ou também não existe nada que supere o sentimento humano na luta por sua liberdade e de uma vida digna.
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