Fevereiro de 1914, conforme pedido por telegrama do Coronel Felippe, evitando alarmar os simpatizantes dos fanáticos, que poderiam avisá-los sobre o ataque a Taquaruçú, o Coronel Albuquerque, o Coronel Marcos Farias, Coronel Virgílio Pereira e as demais autoridades, deveriam se encontrar com as tropas da capital nos arredores da vila.
Coronel Albuquerque era a própria encarnação do dragão de sete cabeças, descrito em apocalipse de João na bíblia e levaria todos os membros da irmandade de São Sebastião ao fogo do inferno. Obrigou o monge José Maria e seus seguidores a fugirem para os campos de Irani, onde foram atacados pelas tropas de Carlos Cavalcânti e do advogado do Diabo, que prestava serviços jurídicos ao grupo Farquhar. Ordenou outros dois ataques à cidade santa, onde amargaram uma derrota desastrosa e humilhante.
Diante da rivalidade política entre o Coronel Albuquerque e o Coronel Henrique Paes de Almeida apoiava declaradamente a irmandade. Albuquerque não iria dormir em paz, enquanto não exterminasse com o último dos rebeldes. No mês anterior, ordenou a seus capangas matar covardemente o comerciante fanatizado, Praxedes Gomes Damasceno.
Na visão do humilde sertanejo da irmandade, o monge José Maria desceria do céu, trazendo consigo o exército encantado de São Sebastião, que cortariam as suas sete cabeças e a paz reinaria no sertão novamente.
E mais uma vez, o Coronel Albuquerque estava para mostrar o seu veneno traiçoeiro, ambicioso e politiqueiro que seria uma peça fundamental no ataque a Taquaruçú. Acampa nos arredores da vila, o 5o e o 6o regimento com sessenta soldados, sob o comando do Capitão Adalberto de Menezes, com cento e cinqüenta cargueiros com provisões e munições. Ao amanhecer do outro dia, chega o Coronel Dinarte com os cento e cinqüenta soldados, duas peças de artilharia pesada de montanha, metralhadoras e cem cargueiros com provisões e munições.
O intendente passa as determinações ao Coronel Dinarte, que queria o reduto destruído e os Jagunços exterminados, deixaria dois homens para mostrá-los o caminho e ajudar-lhes no que fosse necessário.
Coronel Dinarte responde aos três coronéis que não cabia às tropas regulares a tarefa de combater ignorantes que haviam sido levados ao desespero por traficantes da província. Os coronéis Albuquerque, Coronel Marcos Farias, Coronel Virgílio Pereira e demais autoridades, olham as tropas do estado sumir de suas vistas em direção ao confronto armado no Arraial do Taquaruçú, visivelmente contrariados pelas ríspidas palavras Coronel Dinarte.
No mês anterior, o Coronel Albuquerque mandou a guarda municipal apreender as mercadorias de Praxedes Damasceno, vindas de Florianópolis da empresa Hoepcke. Praxedes soube do ocorrido por um amigo que suas vinte mulas e toda mercadoria, tinham sido apreendidas pelo intendente da vila.
Ele vai até a casa do Coronel Albuquerque para tentar resgatar a carga amigavelmente, mas o Coronel Albuquerque levou o seu conflito comercial com Praxedes ao extremo, ferindo-o covardemente, auxiliado pelo Coronel Virgílio Pereira e seus comparsas. Após, ordenou prendê-lo na cadeia municipal, aonde veio há falecer três dias depois, devido a seus ferimentos mortais. O intendente do holocausto usou o conflito dos fanáticos para acabar com o seu principal concorrente comercial, tumultuando muito mais a situação no contestado.
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