quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Coronéis do Pecado

Fevereiro de 1914, o governador Coronel Vidal Ramos, sofre uma enorme pressão do Coronel Felippe Schmidt, dos parlamentares catarinenses, Dr. Afonso Alves de Camargo e Carlos Cavalcanti do Paraná. Orientado por seus conselheiros, decide afastar-se do cargo no governo do estado, reassumindo a sua cadeira no Senado Federal.
Coronel Felippe assume o governo catarinense, convoca uma reunião com o seu secretário, Capitão Lebon Régis e ordena que desloque o batalhão de caçadores de Florianópolis, o 5o e o 6o regimento de União da Vitória com setecentos e trinta homens e cento e cinqüenta cargueiros, duas peças de artilharia de montanha e um esquadrão de cavalaria para a vila de Curitibanos, exclusivamente com a finalidade de exterminar o reduto de fanáticos de Taquaruçú, tendo como comandante o Tenente - Coronel Dinarte de Aleluia Pires.
O governador em exercício, Coronel Felippe pede ao Capitão Lebon Régis que envie um telegrama ao Coronel Albuquerque informando-o que as tropas estavam a caminho. Outro telegrama ao Capitão Adalberto de Menezes em União da Vitória, ordenando-o para deslocar-se com o seu regimento e se encontrar com o batalhão de caçadores nos arredores de Curitibanos, onde ficariam sob o comando geral do Coronel Dinarte. Quando chegasse ao local o Coronel Dinarte mandaria um mensageiro avisá-lo, que era para encontrá-los nos arredores da vila, evitando assim qualquer alerta aos fanáticos do Taquaruçú.
Ordena também ao Capitão Lebon Régis telegrafar para o Rio de Janeiro, requisitando tropas federais para exterminar definitivamente com todos os redutos de fanáticos no contestado. Capitão Lebon Régis pede permissão ao governador para tentar debandar os fanáticos pacificamente, formaria uma comissão para dialogar com os líderes de Taquaruçú. Coronel Felippe autoriza-o, somente depois de muito custo e palavras.
Os oficiais despedem-se do governador Felippe, providenciando tudo para partir no final da madrugada para a região do planalto. A capital catarinense amanhece envolvida com uma neblina fúnebre, devido à maresia do oceano, como se fosse uma revelação apocalíptica no sertão. A partir desse momento, a região do contestado se transformaria num mar de violência e de sangue, o fogo da ignorância prevaleceria em ambos os lados. Principia o holocausto no sertão, também a grande mentira do século: Os Errantes do Século.

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