quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Comitiva de Paz no Taquaruçú


Janeiro de 1914, o Coronel Henrique Rupp envia um mensageiro ao Taquaruçú, onde solicitava uma reunião com os líderes da irmandade. A comitiva de paz era composta pelo secretário do interior - Capitão Lebon Régis, Deputado Federal - Manoel Correia de Freitas, o emissário do jornal da tarde - Coronel Antônio da Rocha Tico. Também faziam parte da comitiva Antônio Cordeiro Sampaio, Generoso Ribeiro e Firmino Melo, que tinham parentes no reduto e pretendiam tirá-los da irmandade.
Euzébio contra-ataca o deputado, informando-lhe que eram gentes de paz, que em Irani somente se defenderam das tropas do governador do Paraná e que no Arraial do Taquaruçú, também se defenderam das tropas enviadas pelo Coronel Albuquerque e o Coronel Vidal Ramos.
Em seguida reclama que o Presidente Deodoro toma as suas terras, e o Presidente Floriano entrega as terras aos coronéis. O Presidente Rodrigues de acordo com os anteriores diz que a terra não mais lhe pertencia, só porque não possuíam um maldito papel criado pela República. Os governadores Carlos e Vidal querem que eles entrem com um pedido de títulos de terras que não tem dono, ao contrário todas seriam propriedades da República. O Presidente Nilo novamente tira os seus direitos, entregando-as aos coronéis, que exigem que seja pago para se ter o direito nas terras. O Presidente Hermes quer matá-los, dizendo que era uma ameaça à República. E o pior de tudo isso, deu as terras aos americanos, que devastaram todos os pinheiros e em seguida, venderam as terras aos emigrantes e às famílias dos próprios políticos republicanos.
Se realmente a República quer paz, deveriam devolver as suas terras, tirar todos os coronéis do poder das províncias, inclusive devolver as vidas dos guerreiros que morreram no confronto do Irani e do Taquaruçú. Ao contrário, enfrentariam todas as tropas que enviassem contra eles, estavam prontos a morrer para prevalecer os seus direitos. Alerta ao deputado que o maldito do Hermes mandasse mais de dois mil soldados, senão ficariam mortos e enterrados no Arraial.
A comitiva de paz não consegue o seu intento, são obrigados a retornar, sentindo o gosto da decepção, pois os líderes não pretendiam arredar o pé um milímetro do Taquaruçú. O líder religioso Euzébio determina a Venuto deixar os pares de França em vigília, na possibilidade de um ataque surpresa dos peludos. Após, vai reunir-se com a irmandade para o ritual de rezas, aonde o velho Manoel iria novamente ser coroado imperador, só que dessa vez da República Sul Brasileira.
O sol já estava desaparecendo no horizonte quando a comitiva se retira da cidade santa, decepcionados por não conseguir o seu objetivo. As sombras negras do destino e espectros republicanos já tinham traçado os seus caminhos, levando-os à grande mentira do século.

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