segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O Conflito no Arraial do Taquaruçú

Dezembro de 1913, Chico Ventura encontrava-se nos arredores da vila e soube por um de seus afilhados que o Coronel Albuquerque tinha enviado novamente a guarda municipal para debandar os fanáticos de Taquaruçú. Chico monta em seu cavalo, percorre diversos atalhos que conhecia muito bem, assim chegando a tempo de avisá-los do ataque surpresa.
O clima no reduto era tranqüilo, até a chegada de Chico, que conta para seu Euzébio que o Coronel Albuquerque enviou a guarda municipal novamente pra acabar com o reduto, pois eles já estavam perto dali. O líder religioso Euzébio, chama a virgem Teodora e o vidente Joaquim e pergunta se São João Maria, Seu José Maria ou São Sebastião haviam revelado alguma coisa para eles. Nesse momento, entra Maria Rosa de Sousa dizendo que tinha visto um dragão de sete cabeças soltando fogo do inferno contra a irmandade, um cachorro preto despedaçando a carne de uma criancinha e vários morcegos sugando o sangue que vertia na terra. Foi quando apareceu o seu José Maria trazendo o exército encantado de São Sebastião, cortou as sete cabeças do dragão, cortou o cachorro preto no meio, a criancinha se levantou inteira e começou a matar todos os morcegos. Depois disso, o seu José Maria beijou a mão da criancinha e disse que era abençoada para fazer a guerra contra os Demônios da República. Euzébio e os demais líderes das famílias ficam fascinados com o sonho.
Euzébio pede para Benedito e Joaquim Germano fazer a defesa do reduto. Os dois mandam levar as mulheres, crianças e os velhos para o capão de mato, distribui os caboclos atrás e nos topos das árvores, nas matas ao lado do banhado, deixa também um grupo atrás e no centro do reduto.
Ao final da tarde, a guarda municipal penetra o denso vassoural ao lado do banhado, nesse instante desaba um inferno à beira do reduto, com gritos medonhos e tiros de todos os lados, derrubando imediatamente diversos guardas municipais. O líder Cirino ordena ao grupo no centro voltear o banhado e a guarda é atacada por todos os lados. Os sobreviventes da guarda municipal são obrigados a fugir, aproveitando a neblina baixa que descia o pantanal.
Os líderes Euzébio e Chico se encontram no centro do reduto, onde todos os jagunços gritam: - Viva São João Maria! Viva São José Maria! Viva São Sebastião! Viva a monarquia do Taquaruçú! Dando a cada vez uma salva de tiros para cima. Maria Rosa grita que o exército encantado estava junto, os Demônios da República foram vencidos e sempre serão vencidos, porque agora que temos o exército encantado, somos invencíveis, dando viva ao exército encantado! E todos gritam: - Viva!
Euzébio ordena para juntar grimpas para queimar os soldados da guarda, e enterrar os jagunços mortos em combate. Os fanáticos sequer imaginam que tinham tomado uma atitude violenta já esperada, o forte cerco republicano lentamente se fechava em seus pescoços e num futuro acabaria tirando suas vidas miseráveis.

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