sábado, 28 de maio de 2011

Fuga da Cidade Santa do Taquaruçú

Agosto de 1912, um compadre de Praxedes Damasceno ao saber do envio da tropa ao Taquaruçú, resolve avisá-lo do ataque da guarda municipal. Praxedes pede a seu compadre para pegar o cavalo, seguir imediatamente por um atalho, alertando-os e aconselhando-os para que voltem às suas casas antes que o pior viesse a acontecer. Ao chegar ao Arraial, Francisco Paes de Farias - Chico Ventura, é recebido pelo velho Euzébio que o leva até José Maria e a todos os líderes das famílias, conta em detalhes tudo novamente, surgindo entre os presentes um clima de medo e revolta.
José Maria olha para a virgem Teodora e pergunta o que tinha visto, Teodora responde que teve uma revelação num sonho na noite anterior que tinha visto um dragão de sete cabeças cuspindo fogo contra todos os membros da irmandade e o rio tinha ficado vermelho de sangue, transformando-se num inferno. Mas antes que o dragão mergulhasse todos no inferno, apareceu São João Maria trazendo São Sebastião e seu exército encantado que cortou as sete cabeças do dragão e mergulha-a no rio, e o rio voltou a correr água limpa e pura.
José Maria escuta atentamente a profecia e em seguida ordena a todos os líderes das famílias, juntarem tudo o que pudessem, pois partiriam para os campos de Irani, pois lá tinham amigos e seriam muito bem-vindos. A comunidade se retira do Arraial do Taquaruçú em direção ao Irani, evitando um confronto armado com a tropa do intendente Albuquerque. A comitiva parte, tendo a frente José Maria e as três virgens, após os líderes de cada família e em seguida o restante da comunidade.
Sequer imaginavam, fugindo desse confronto com a guarda municipal, estavam recriando uma nova história, aonde os corruptos republicanos iria intitulá-los enganosamente por décadas, como “Os Errantes do Século”.

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