sábado, 9 de abril de 2011

Final da Ferrovia da Morte

Dezembro de 1910, as festividades comemorativas ao término da ferrovia tiveram as prestigiosas participações do Ex-presidente e Presidente da República, Nilo Peçanha e Hermes da Fonseca, todos os seus ministros, parlamentares e inúmeros Coronéis da região com a complementação do último dormente de ferro.
Comemora o acontecimento no mais alto estilo americano, uma belíssima locomotiva a vapor com quatro vagões de passageiros de primeira classe estava nos trilhos, com o intuito de mostrar aos ilustres convidados umas poucas milhas da faraônica obra construída pelo grupo Farquhar.
O coquetel comemorativo patrocinado por Percival e seus sócios era de dar inveja até aos aristocratas Parisienses, contendo um luxo exagerado, assim como os banquetes das arábias, contrastando com toda a miséria do sertão contestado.
Enquanto que completamente distantes desse acontecimento gastronomicamente imoral, os ex-funcionários escravos da ferrovia festejam com muitos barris de uísque, fornecidos pelo grupo Farquhar. Agora a gritaria era de alegria por serem pessoas livres e não de dor e sofrimento como anteriormente.
Quase ao final da festa comemorativa, quando todos já estavam completamente alcoolizados, Benevenuto baiano e o seu ex-feitor acabam brigando devido a uma rixa antiga. Benevenuto mata-o e foge mata adentro junto com Joaquim Germano. Após o acontecido, Benedito Chato se despede de todos os seus amigos, com o objetivo de retornar ao Arraial do Taquaruçú.
Enquanto isso, a locomotiva e os vagões luxuosos de passageiros levam o Presidente da República, ministros, parlamentares, o grupo Farquhar e convidados até o porto da cidade de Santos, após embarcam num luxuoso transatlântico que os leva até o Rio de Janeiro.
Os Presidentes Marechal Hermes da Fonseca e Venceslau Brás, assinam o reajuste de preços, de sessenta para cem contos de réis por quilômetro construído, na concessão da construção da ferrovia do Amazonas até São Paulo - Madeira Mamoré, tendo a programação de vinte anos de construção. A ferrovia cortava a floresta amazônica, passava no centro do Mato Grosso e terminaria no oeste de São Paulo.
O consórcio leva dois terços dos trabalhadores que construíram a ferrovia São Paulo ao Rio Grande do Sul, mas um terço é abandonado na região contestada. A concessão da Madeira Mamoré mantinha quase as mesmas cláusulas da área contestada, podendo explorar a madeira na extensão de trinta quilômetros de ambos os lados da ferrovia e povoar com imigrantes europeus, e receberia o valor de sessenta contos de réis por quilômetro construído, depois reajustado para cem contos de réis. No contrato o governo republicano se incumbiria de fornecer parte da mão-de-obra bruta, usando o mesmo método em regime de escravidão que foi imposto na construção da ferrovia no sul do país.

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