Fim da Monarquia e Princípio da República dos Injustos

Novembro de 1889, a revolução republicana tinha o apoio de parlamentares, da elite, de fazendeiros milionários, da Loja Maçônica, de empresários europeus, americanos e de diversos marechais da força armada brasileira. Aproveitando-se da ausência de sua majestade D. Pedro II e usando da fragilidade do conde D’Eu e da Princesa Isabel, revolta-se contra a lei do ventre livre em 1871, Lei dos Sexagenários em 1885 e a Lei Áurea em 1888, que anistiava todos os escravos e derrubam a monarquia do Brasil. Após o golpe militar, acaba comprando dos Estados Unidos da América a revolucionária cartilha republicana capitalista que pregava veementemente a revolta contra a monarquia e todos os seus regimes de feudalismo que os distanciavam do jogo do poder e decepava seus passos em direção a um ambicioso futuro progressista.
Os principais personagens da proclamação da República: Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, Marechal Floriano Peixoto, Rui Barbosa, Quintino Bocaiúva, Almirante Eduardo Wandenkolk, Manuel Ferraz de Campos Sales, Benjamin Constant, Aristides da Silveira Lobo, Francisco Glicério Cerqueira Leite, Raimundo Teixeira Mendes, Prudente de Moraes, Afonso Pena, Nilo Peçanha, José Gomes Pinheiro Machado, Joaquim Manuel Lins de Albuquerque, Rodrigues Alves, Olavo Egídio de Sousa Aranha, Marechal Carlos Machado Bittencourt, Joaquim Francisco de Assis Brasil, Antônio Caetano de Campos, Bernardino José de Campos Júnior, José César Cerqueira, Almirante Custódio José de Melo, contra Almirante Luís Felipe Saldanha da Gama, Delfim Moreira da Costa Ribeiro, Francisco Rangel Pestana.
Com a proclamação da republicana dos Estados Unidos do Brasil, a família imperial é expulsa do país e para o solo europeu até as suas mortes. A imperatriz Tereza Cristina falece em Portugal em 1889. D. Pedro II falece em Dezembro de 1891 num modesto hotel em Paris, na França. A Princesa Isabel falece em Novembro de 1921 no Castelo D’Eu em Paris e, no mesmo ano, o seu marido, o conde D’Eu. Meses após a posse do poder pelos republicanos, gera-se um impasse entre os mandantes da revolução republicana, Marechal Deodoro da Fonseca - Presidente da República e Marechal Floriano Peixoto – Vice-Presidente, ambos assumem um governo provisório até as primeiras eleições. Diversos empresários americanos e canadenses, inclusive o grupo Farquhar, investiram muito num país monarquista que agora era republicano e exigem o pagamento da dívida milionária do novo governo.
O Marechal Deodoro foi contra os contratos nas concessões que estavam à sua frente e se demite da presidência, não querendo participar de forma alguma da peça teatral injusta que colocaria toda a sociedade menos favorecida num martírio, levando-os à miséria. Distante do poder republicano, Deodoro faleceu em Agosto de 1892. O Marechal Floriano Peixoto assume a presidência com o aval de parlamentares e empresários americanos. A partir daquele fatídico dia, nasceu à famosa sigla EPSPRG - Estrada Feita Só Para Roubar o Governo. Tendo o apoio total dos engenheiros brasileiros, Eugênio Gudin e João Teixeira soares, principais empreiteiros e percussores do capitalismo selvagem estrangeiro.
No Rio de Janeiro o governo brasileiro dá a concessão à companhia Light and Power para gerar e fornecer energia elétrica à capital federal. Quase ao mesmo tempo, são feitas outras concessões de iluminação pública, administração de diversos portos e de transporte urbano nas principais capitais.
Quase um ano depois, o Presidente Floriano renova a concessão com o grupo Farquhar - Trust of Toronto - Holding Brazil Railway Company - Lumber Company - Southern Brazil Development and Colonization Company, na construção de uma ferrovia de São Paulo ao Rio Grande do Sul e forneceria os trilhos, as locomotivas, mão-de-obra especializada e financeira. O contrato previa a cobrança de vinte contos de réis inicialmente e reajustado depois para quarenta contos de réis por quilômetro construído. E como bônus, administraria a ferrovia num prazo de vinte anos, com direito de renovação do contrato. Além disso, exploraria todos os recursos naturais e povoaria com emigrantes europeus toda a área de concessão, sendo quinze quilômetros em ambos os lados da ferrovia. O poder republicano e o grupo Farquhar sequer imaginaram que com isso estariam acendendo o explosivo de uma caixa de pandora em solo brasileiro, que levaria a “Guerra do Século”.