Novembro de 1890 chega ao porto da cidade de Santos a primeira leva de emigrantes europeus, num navio cargueiro adaptado para passageiros, idêntico aos navios negreiros no tempo da escravidão. O valor da viagem era uma fortuna, uma porcentagem mínima ficava com a agência imobiliária na Europa e o restante ficava com o grupo Farquhar. Centenas de famílias de imigrantes europeus passam pelos fiscais da alfândega brasileira sem qualquer problema porque tudo já estava pré-determinado na concessão do governo republicano com o grupo americano.
Os sócios, Ernest Bishop, Henry Weimaster e dezenas de pistoleiros do grupo direcionam os imigrantes europeus às suas propriedades recém-adquiridas, colocando em suas mãos as escrituras de posse, documentadas pelo grupo e possuindo o aval do governo brasileiro. A partir da cidade de Santos, os imigrantes prosseguem a viagem numa locomotiva de vários vagões de passageiros, utilizando a própria linha férrea recém-construída em direção aos seus sonhos.
Ao chegarem a suas terras, se vêem diante de uma dura realidade em sua propriedade adquirida recentemente, à qual sonhavam que seria um paraíso, e o que vêem é uma terra desnuda de recursos naturais, completamente hostil e selvagem, que lhes reservava anos de trabalho sacrificante. Os imigrantes foram completamente enganados pelo grupo e o governo republicano, e não tinham como voltar atrás, a não ser enfrentar aquela situação desesperadora num sertão cheio de surpresas desagradáveis.
Após dias da mais completa decepção, as famílias de imigrantes começaram a cortar árvores para construir suas casas, e lavrar a terra para torná-la produtiva. A princípio lavraram a terra manualmente e meses depois colocaram os animais para fazer o serviço bruto. Com certeza jamais passou por suas mentes que tinham sido igualmente lesionados, assim como todos os sertanejos expulsos daquelas terras.
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