sábado, 15 de janeiro de 2011

Construção da Ferrovia na Frente Sul no Rio Grande

Maio de 1895 inicia-se em Santa Maria, a frente de serviço na construção da ferrovia em direção ao centro de Santa Catarina. São colocados milhares de pranchas e dormentes de ferro por centenas de trabalhadores escravos da República. Os feitores gritam ordens para os grupos e estes são vigiados com revólveres na cinta e winchester nas mãos por vigilantes contratados.
Quando os trabalhadores escravos não estavam mais suportando o serviço diário, eram açoitados violentamente pelo feitor do grupo. Na cozinha e no fornecimento de água aos trabalhadores eram utilizados os velhos e os mais fracos. Percival faz um acordo com Joaquim Germano, passa a comandar um grupo de vigilantes que exterminaria com os trabalhadores revoltosos e também policiaria os acampamentos improvisados.
Jaime Bishop comanda a frente de serviço no estado Gaúcho com punhos de ferro. Para isso, tinha dezenas de pistoleiros e vaqueanos na vigilância armada, evitando qualquer rebelião. Centenas de trabalhadores sofriam horrores para implantar as pranchas e dormentes manualmente. A movimentação da terra era feita com carroças puxadas por burros ou carrinhos puxados pelos trabalhadores. A perfuração das rochas era feita manualmente com ponteiros e marreta e depois implodida.
Os empregados escravos ao final de cada mês recebiam aproximadamente quatro mil réis por dia trabalhado. O que gerava muitas bebedeiras, brigas e mortes nos acampamentos da ferrovia. Era comum encontrar corpos de trabalhadores mortos pelos vigilantes, em valas, riachos, lagoas, penhascos e na mata fechada.
As empresas do grupo Farquhar montam serrarias em várias regiões do estado, cortam os centenários pinheiros e transportam até o Porto de Santos, seguindo o destino da Europa e Estados Unidos da América. Em seguida entra a empresa de colonização, onde as terras revolutas são vendidas a preço de ouro nos dois continentes.

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