domingo, 23 de janeiro de 2011

Início da Ferrovia da Morte no Amazonas

Julho de 1907 chega ao porto de Manaus (AM), dez navios cargueiros do grupo Farquhar e o sindicato Inglês, trazendo dormentes de ferros, peças para montagem de vinte locomotivas e centenas de vagões de carga. Peças para montagem de vinte serrarias e dez guindastes movidos a vapor, além de centenas de carroças e de mulas para o transporte de terra. Nos últimos navios vinham mais ou menos seis mil trabalhadores fornecidos pelo poder republicano e doze mil imigrantes estrangeiros que ajudam na descarga dos navios cargueiros.
Após uns quinze dias de trabalho pesado, terminam a descarga dos cargueiros, a montagem dos acampamentos para escritório e para os trabalhadores, que são vigiados de perto por centenas de pistoleiros e piquetes de vaqueanos do consórcio estrangeiro.
O principal objetivo da construção da estrada de ferro Madeira Mamoré, era dar uma infra-estrutura no transporte da borracha para chegar a São Paulo e em seguida ganhar o mercado americano e europeu. Na região Amazônica existiam muitas empresas estrangeiras que exploravam o produto e que há anos reivindicavam investimentos do governo na precariedade do setor. A construção da ferrovia estabeleceria a ligação no transporte de látex nos rios Madeira, Mamoré, Guaporé e Beni, na Bolívia.
Só então entra a mão-de-obra bruta no desmatamento na área da linha férrea e no corte das milenares árvores nobres da floresta Amazônica. O poder republicano insano leva o inferno à outra região do país, só que desta vez num futuro não muito distante, as forças poderosas dos senhores da floresta vingariam as milhares de mortes que viriam a acontecer na área do contestado.

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