Janeiro de 1908, o Presidente da República Afonso Pena, convoca uma reunião com ministros e parlamentares, onde Percival e os sócios do consórcio apresentam o cronograma dos serviços realizados. Percival Farquhar reclama que estava enfrentando dificuldades administrativas com os trabalhadores escravos. Ocorrendo revoltas todos os meses na área da construção da ferrovia, no desmatamento no Sul e no Amazonas. E, segundo informações de seus administradores, nos locais de serviços gerava-se um clima de revolta entre os caboclos no sertão, dizendo que lutariam por seus direitos nas terras que lhes foram tiradas e até morreriam para fazer prevalecer os seus bens hereditários. Já na Madeira Mamoré no Amazonas, era atacada por centenas de índios selvagens, criando um medo entre os empregados que se rebelavam ou tentavam fugir. Percival estava visivelmente preocupado com a atual tensão no sertão do sul e no Amazonas. E busca no governo republicano apoio para resolver o problema e solicita o envio de tropas federais para manter a ordem.
O Presidente Afonso, responde prontamente que naquele instante nada poderia fazer e se enviasse tropas legalistas à área contestada geraria um clima de revolta na população e em diversos órgãos da sociedade. Mas como era um problema de segurança pública local, telegrafaria aos governadores Carlos Cavalcanti do Paraná e o Coronel Vidal Ramos de Santa Catarina para tomarem as providências cabíveis, visando sanar o problema do grupo. Quanto à ferrovia Madeira Mamoré no Amazonas, pediria ao inspetor militar da região norte dar todo o apoio necessário.
Diante dessa atitude injusta do Presidente Afonso Pena, governantes, parlamentares e o capitalismo selvagem encurralam os caboclos do sertão, forçando-os a entrarem involuntariamente na “Guerra do Século”.
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