terça-feira, 12 de junho de 2012

Confronto do Silêncio no Caraguatá e Perdizinhas

Maio de 1914, Capitão Matos Costa reúne os oficiais e os soldados sediados em Canoinhas, marcham em direção ao norte de Caraguatá, seguindo os planos do General Mesquita. No caminho, soube por sertanejos que os ânimos estavam à flor da pele, e decide não arriscar a sua vida e a de seus soldados. No dia anterior, a coluna pernoita na fazenda dos Tigres, deslocando-se novamente nas primeiras horas do dia, rumo a Perdiz Grande. O Capitão Matos Costa, tinha ordens de destruir o reduto de Caraguatá, seguir em direção norte atacando os pequenos redutos, até o encontro com a coluna do General Mesquita. O silêncio nas matas de Caraguatá é quebrado pelos passos do Sargento Silva e outros dez soldados, que recebem ordens do Capitão para fazer o reconhecimento do terreno, assim atacariam com segurança os fanáticos. O grupo adentra com extrema cautela o reduto de Caraguatá, temerosos que fosse uma armadilha dos surpreendentes rebeldes de São Sebastião. O Sargento Silva, após conferir os primeiros pequenos barracos, certifica-se que se encontram todos vazios, acenando para o Capitão Matos Costa, e em questão de segundos, a rua empoeirada de Caraguatá estava repleta de soldados legalistas. O Capitão estranha encontrar o reduto completamente vazio, receoso que fosse uma tática dos fanáticos, determina que incendeiem todos os barracos. Caraguatá transforma-se numa tocha incandescente, podendo ser avistado a quase vinte quilômetros do local. Em seguida ordena para marcharem rumo a Perdiz Grande, onde pretendia pernoitar com sua tropa e assim que chegam aos arredores da vila, manda que todos improvisem as barracas de campanha. No final da madrugada, o Capitão ordena o toque de despertar, seguindo rumo ao reduto de Perdizinhas. Outra vez, manda o Sargento e os mesmos dez soldados para fazer o reconhecimento do terreno. Eles entram com cautela no reduto, estranham porque também se encontrava vazio. Verificam os arredores, só então acenam para o restante das tropas, avisando que o perímetro do reduto estava tranqüilo. Em questão de minutos, Perdizinhas também se transforma numa tocha incandescente. Capitão Matos Costa fica apreensivo com os redutos abandonados, e este decide retornar com a coluna a Perdiz Grande, onde pretendia aguardar novas ordens do General Mesquita. Resolveu não prosseguir conforme os planos, porque temia que os fanáticos os surpreendessem no meio do caminho. A força militar republicana começava a respeitar os humildes sertanejos, porque sabiam que eles não tinham mais nada para perder, a não ser as suas vidas miseráveis.

Veneno do Dragão Republicano

Maio de 1914, o inspetor da 11o região militar, General Carlos Frederico de Mesquita, reúne-se com os oficiais, o Tenente Coronel Dinarte de Aleluia Pires, Capitão Matos Costa e Tenente Campos. O General Mesquita, após ler todos os relatórios das expedições militares anteriores, decide atacar o reduto de Caraguatá e fazer uma devassa nos outros pequenos redutos de fanáticos. Ele informa que comandaria pessoalmente a nova expedição ao sertão contestado, e que teria a formação de mil e setecentos soldados e duas seções completas de artilharia de montanha. A 1o coluna, sob o comando do General Mesquita, Coronel Dinarte, Tenente Campos e mais novecentos soldados, seguiria para a Vila de Timbozinho, com a finalidade de construir uma ponte provisória, visto que a anterior tinha sido destruída pelos rebeldes, e também para facilitar o transporte da artilharia. Atacariam todos os pequenos redutos localizados naquela região, seguindo ao sul de Caraguatá. O Capitão Matos Costa seguiria com a 2ªcoluna, composta de oitocentos soldados, atacaria todos os pequenos redutos ao norte de Caraguatá. As duas colunas fundir-se-iam nas proximidades de Caraguatá, destruindo por completo a maior sede de fanáticos. General Mesquita confidencia aos seus oficiais, que o povo miserável do sertão contestado é produto da cobiça dos coronéis, da política corrupta republicana e fruto da ignorância desse humilde sertanejo. Alerta os mesmos, que deveriam manter a ética militar a qualquer custo, porque não queria presenciar novamente as atrocidades acontecidas na região de Canudos. Em seguida revela e confidencia que o Ministro Rui Barbosa, como ele em anos anteriores, ser militar é transformar-se em marionete dos senhores do poder, não ter nenhum direito de pensar, a não ser que o leve a cumprir as ordens determinadas. O grupo de oficiais retira-se do gabinete militar, sediado na capital do Paraná. Ao final da tarde na estação de Curitiba, a expedição do General Mesquita, com o Capitão Matos Costa, Coronel Dinarte, Tenente Campos e aproximadamente novecentos soldados legalistas, seguem para a região do contestado. Essa expedição iria reforçar os oitocentos soldados sediados na vila de Canoinhas. A principal meta do General Mesquita era debandar os rebeldes agrupados nos pequenos redutos, inclusive o reduto sede de Caraguatá. O General Mesquita sequer imaginava que, o fogo rebelde estava somente começando no sertão, levando-o a pedir demissão num futuro próximo, totalmente decepcionado com o poder republicano.

domingo, 11 de março de 2012

Fuga da Cidade Santa do Caraguatá

Abril de 1914, o líder interino, Elias de Moraes, passa uns papéis com ordens a seu lugar - Tenente Venuto, que tinha retornado recentemente da região norte do contestado, determinando a imposição de respeito no reduto e o uso a força caso fosse necessário. Os que não tivessem trabalhando teriam de se entregar às orações, sendo proibido fumar ou beber no reduto e se necessário se poderia dar uma refresca. Os homens deveriam estar com as montarias, cavalos, apetrechos e suas armas em prontidão a qualquer eventualidade de combate e o não cumprimento poderia levá-los ao fuzilamento.
O tropeiro Adeodato chega a Caraguatá, traz consigo, o emigrante alemão acaboclado Conrado Glober, informando a Elias e Venuto, ser um excelente atirador e imitava o assobio de qualquer pássaro do sertão, um simpatizante da causa, sendo imediatamente nomeado para os pares de França.
Os quatros se encontram com Euzébio, líder religioso, que estava reunido com os demais membros numa farta mesa com churrasco de carne de boi, carne de porco, feijão, quirera de milho, mandioca, pinhão, pão e bolo de coalhada. Todos acompanham a prece de Euzébio e logo devoram o banquete, sobrando somente às migalhas aos cachorros. Seguindo a tradição de submissão aos homens, as mulheres comiam com as crianças. O líder interino dos cavaleiros de França, sentado numa ponta da mesa e o líder religioso na outra. Após o banquete, Elias manda os cavaleiros de França vigiar os arredores do reduto. Os piquetes de vaqueanos, sob as ordens de Cirino e seu filho Benedito, percorrem as estradas assuntando qualquer movimento suspeito. O restante do grupo é dividido, uns continuam os seus afazeres, outros vão para o ciclo de orações, enquanto as mulheres e os velhos cuidam das crianças.
Em conseqüência da quantidade de pessoas em Caraguatá, inicia-se uma epidemia mortal de febre tifóide, devido à falta de higiene entre os membros da irmandade de São Sebastião. Morria diariamente diversas pessoas que eram imediatamente enterradas, assim evitar que epidemia se alastrasse aos outros desatentos em sua higiene pessoal.
Passado alguns dias, Elias convoca uma reunião com todos os líderes, com o objetivo de decidir se enfrentaria outro confronto com as tropas do Hermes, ou abandonariam o Caraguatá e emigrariam para outros redutos. O reduto do Caraguatá encontrava-se superlotado, sendo necessário distribuir as famílias para novos redutos, só assim, poderia conter a mortal epidemia da febre de tifo.
A líder guerreira, Maria Rosa, resolve partir com os seus seguidores, próximo ao rio das Pedras Brancas. Os demais líderes decidem emigrar para as proximidades do Vale do Rio do Peixe, Rios Iguaçu, Negro, Pelotas, Caçador, Timbó, Canoas e Vale de Santa Maria.
Os espiões, Antônio Tavares e Alemãozinho chegam ao reduto, apresentam-se a Elias e a outros líderes, sendo muito bem recebidos e aceitos na irmandade de São Sebastião. O líder interino determina aos líderes levarem os seus seguidores conforme o planejado, decidindo acompanhar Maria Rosa até Pedras Brancas.
Venuto e os pares de França seguem à frente, assim evitando qualquer surpresa desagradável pelo caminho, sendo seguidos de perto por Elias, Maria Rosa e os outros líderes, em seguida vinha o restante da irmandade que percorria à pé, acompanhados pelos piquetes de vaqueanos. As marcas do destino no sertão contestado estavam traçadas, nada mais poderia evitar o inevitável.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

As Cabeças do Dragão Republicano

Abril de 1914, frente o desastre militar no reduto de Caraguatá, o Tenente Coronel José Capitulino Freire Gameiro é dispensado da 11ª região militar, sendo provisoriamente substituído pelo Tenente Coronel Adolpho de Carvalho. O Ministro da guerra, General Vespasiano de Albuquerque, designa para assumir o comando geral da região militar em Curitiba, o General Carlos Frederico de Mesquita.
Assim que assume o comando, procura inteirar-se com o Coronel Carvalho dos mais recentes acontecimentos na região contestada, lê atentamente todos os relatórios militares das expedições contra os fanáticos. Em sua primeira revista às tropas, inteira-se do estado lastimável das fardas militares, pois não existia nenhuma reserva de uniforme. As armas desgastadas pelos muitos anos de uso, a artilharia já estava ultrapassada, o estoque de munição estava praticamente à zero.
O General Mesquita convoca uma reunião urgente, com o governador Felippe de Santa Catarina, Carlos Cavalcânti e Afonso Alves de Camargo do Paraná, teriam de comparecer imediatamente à região militar. O objetivo da reunião era buscar os seus apoios nas localizações de redutos rebeldes, também solicitar dois vaqueanos de inteira confiança, com o objetivo de infiltrar-se na irmandade de São Sebastião. Após entrarem na irmandade, os espiões legalistas informariam a quantidade total de rebeldes, as suas defesas e fraquezas, seus planos e localizações na região do contestado.
Coronel Felippe antecipando-se a esse detalhe importante, traz consigo para Curitiba, o Capitão Henrique Wolland – Alemãozinho, oficial da inteligência militar de Santa Catarina, e Antônio Tavares Júnior, ex-secretário de gabinete do governador. Informa ao General, que os dois eram as pessoas ideais para infiltrar-se entre os fanáticos, tinham coragem e não se intimidavam com o cheiro de perigo, levando a missão até o fim.
Antônio Tavares conta ao General Mesquita, que já tinha recebido proposta de um líder, Bonifácio José dos Santos - Bonifácio Papudo, para montar um reduto nos arredores de Canoinhas. Prontifica-se em apresentar o Alemãozinho aos demais líderes, assim facilitando a missão. O Coronel entrega-lhes dez contos de réis, visando suprir as suas primeiras despesas.
General Mesquita alerta o Coronel Felippe, que necessitariam de outro espião, seria o elo entre eles e a inspetoria, assim correriam menos perigos de vida. O Coronel informa-o, que entraria em contato com o Coronel Albuquerque da vila de Curitibanos, pedindo um de seus homens de confiança para se infiltrar também entre os fanáticos. O novo espião deveria se identificar como Carneirinho, assim passar todas as informações a eles, que faria com que chegasse a segurança até Canoinhas ou Curitiba.
Alemãozinho e Antônio Tavares embarcam no trem de passageiros, aconchegando-se num dos muitos bancos da 2o classe. O maquinista da locomotiva puxa a corda do apito, que soa estridente na estação de Curitiba, informando aos passageiros atrasados, que a mesma estava de partida para a região do contestado.
A sorte estava lançada para os dois espiões do poder republicano, o imprevisto estaria em suas vidas diariamente. As forças poderosas da realidade republicana começavam a traçar a armadilha do século, jogando muitos humildes sertanejos a uma vida miserável e outros tantos ao juízo final, o apocalipse de sua própria simplicidade e ignorância.

Compra de Armas à Irmandade

Março de 1914, os líderes Elias e Aleixo, mandam diversos caboclos matreiros com a finalidade de comprar uma grande quantidade de armas e munição, na Hoepcke & Cia, e distribuí-las em todos os redutos para o conflito com as tropas federais. Nesse momento chega o tropeiro Adeodato Manoel Ramos e sua família e pede para ficar na irmandade, sendo imediatamente aceito por todos os líderes.
Elias e Aleixo pedem para Adeodato e Chico comandar os pares de França, fazendo escolta aos homens na compra de armas em serra - abaixo, onde deveriam esperar de dois a três dias no final da serra - acima até a total da distribuição nos redutos.
Nesse intervalo, era para juntar mais dinheiro pelo caminho e mandar novamente outros homens de volta, comprando mais armas e munição, retornando a distribuir nos redutos. Após o término da missão era para vir para o reduto de Caraguatá.
O teatro da realidade estava perfeito, os atores profissionais representavam com admiração os seus papéis, surgindo o final conforme o programado no Livro do Século.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Vitória dos Guerreiros Santos do Caraguatá

Março de 1914, a coluna do Coronel Gameiro acampa no rio Caçador, após três dias de caminhada forçada na mata. Os soldados se encontravam visivelmente nervosos em conseqüência da aproximação do confronto com os rebeldes.
No dia anterior, Chico Alonso decide seguir à distância a comitiva de paz até Perdiz Grande e aproxima-se cautelosamente em direção do acampamento improvisado. Ao chegar à barraca de comando, escuta atentamente o plano de ataque ao reduto de Caraguatá. Chico Alonso recua com cautela, retorna ao reduto e avisa o comandante Elias dos planos das tropas legalistas.
O líder do piquete da irmandade de São Sebastião, Benedito Pedro de Oliveira (Benedito Chato), atacava na mata ao sul das tropas no rio Caçador enquanto Joaquim Germano com outro grupo atacava outro ao norte. Os dois piquetes de vaqueanos gritam ensandecidos: - Viva São João Maria! Viva São Sebastião! Morte aos infiéis!
Coronel Gameiro e os seus soldados são surpreendidos pelo repentino ataque dos rebeldes, tendo diversas perdas até que se recompôs e imediatamente o Coronel ordena para todos recuarem e em seguida contra-atacarem o inimigo.
Os dois líderes dos fanáticos usam a famosa tática de guerrilha em mata fechada, enquanto um atacava, outro grupo recuava, assim levando os legalistas a uma armadilha mortal. O plano dos líderes era levá-los até próximo das trincheiras, onde pretendiam pegá-los num fogo cruzado.
Capitão Zaluar ordena aos atiradores assentar os canhões, mas são abatidos pelos disparos certeiros dos fanáticos. Coronel Gameiro vendo que podiam suportar muito tempo o confronto com os rebeldes, manda dividirem-se em duas colunas e recuarem, uma protegendo a retaguarda da outra. Apesar de usarem a tática militar padrão consegue recuar, mas foi à custa de diversos soldados mortos e feridos.
Ao sudoeste no Arroio da Canhada Funda, a coluna do Capitão Matos Costa, tinha dado de frente com Venuto e os pares de França, onde estavam enfrentando um violento ataque. O líder fanático usa a mesma tática, enquanto um grupo atacava o outro recuava, assim levando os legalistas a uma armadilha mortal.
Nesse instante, Elias no comando de cento e cinqüenta guerreiros iniciam o ataque frontal, armados de facões de aço e madeira, porretes com pregos nas pontas. Venuto divide os pares de França, um ao sul e outro ao norte, pegando-os num fogo cruzado. Os gritos ensandecidos dos fanáticos se misturavam com os disparos, criando um clima apavorante aos inexperientes soldados legalistas.
Capitão Matos Costa vendo que estavam numa situação desfavorável, ordena a retirada, do contrário seriam dizimados pelos fanáticos. Capitão Lebon Régis manda recolher os soldados mortos e feridos, enquanto os outros protegiam a retaguarda na retirada.
Distantes da área de risco, as duas tropas escutam inúmeras salvas de tiros em direção ao Caraguatá que com certeza estavam festejando a vitória contra os soldados legalistas. As duas colunas, sob o comando do Coronel Gameiro e o Capitão Matos Costa, chegam à vila de Perdiz Grande, carregando vinte e oito mortos - um Capitão, um Tenente, dois Sargentos e vinte e quatro soldados, além dos vinte e um soldados feridos.
Enquanto isso no reduto de Caraguatá, após enterrar os trinta e sete guerreiros mortos e medicar os quarenta feridos, os membros da irmandade festejavam a vitória contra as tropas do maldito Hermes.
As poderosas forças do capitalismo selvagem e do regime republicano, a partir desse momento histórico, incendiariam o fogo herege contra os humildes caboclos do sertão, que somente sonhavam com um pedaço de terra, paz e uma vida decente, onde pudessem terminar de criar os seus filhos, os netos e toda a sua geração vindoura.

Comitiva Republicana de Paz no Caraguatá

Março de 1914, Elias de Moraes, comandante interino de Caraguatá convoca uma reunião com os demais líderes, decidem ouvir a comitiva do Deputado Federal, envia Venuto e Chica Pelega buscá-los na intendência de Perdiz Grande.
O Deputado Federal informa que trazia uma proposta do Presidente Hermes, onde pede que todos voltem pacificamente para as suas casas, oferecendo terras para trabalharem e criarem os seus filhos em paz. No prazo de seis meses, o Presidente Hermes entregaria as terras juntamente com o título de posse.
Elias responde ao deputado que confiava na palavra de qualquer um membro da irmandade, menos na palavra de um Presidente Republicano que tinha ordenado aos soldados que destruíssem e matassem centenas de pessoas no Arraial de Taquaruçú. Não podia confiar no maldito Hermes, porque ele daria as terras num dia e as tomaria no outro. Confiava muito menos, no Coronel Felippe de Santa Catarina e de Carlos Cavalcanti do Paraná, menos ainda nos coronéis das províncias. Preferiria confiar numa cobra peçonhenta ao invés de confiar em todos eles.
O deputado implora para depor as armas, pois tinha muitos velhos, mulheres e crianças no reduto. Elias responde que os soldados que morriam no Caraguatá também tinham. Em seguida, Elias encerra a reunião, ordenando que Venuto e Chica Pelega levassem-os novamente até a vila de Perdiz Grande.
A comitiva do Deputado Federal retorna decepcionada à vila, pois tinham esperança em convencê-los a deporem as armas. A teia da realidade republicana começava a tecer a armadilha, onde jogaria por dezenas de anos na mentira, intitulando-os como os jagunços do sertão.